Brasil não tem
política de descarte correto de medicamentos e depende de empresas
Em reportagem publicada no UOL, pelo jornalista Carlos
Pandeiro, a politica de descarte de medicamentos ainda está longe de ser uma
realidade no Brasil uma vez que, o país até o momento, não dispõem de uma
politica reversa voltada para o tratamento e destinação correta dos
medicamentos. O simples ato de jogar um remédio
no lixo, no vaso sanitário ou na pia pode gerar consequências graves ao meio
ambiente como também provocar danos terríveis à saúde por meio da liberação de
gases maléficos em contato com a água e atmosfera.
A incineração é a maneira correta de jogar fora os medicamentos
vencidos ou sem uso. A questão é: como o cidadão comum pode descartar os
remédios? O desafio das autoridades é oferecer uma logística reversa, ou seja,
um caminho de volta das casas para a cadeia produtiva.
Atualmente tem ocorrido campanhas
pontuais, principalmente em grandes redes de farmácia para o recolhimento de
medicamentos, seringas, frascos de vidro, pomadas etc. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não definiu o Acordo Setorial de
Implantação da Logística Reversa de Resíduos de Medicamentos, dentro da
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A Coordenadora do
projeto de extensão "Descarte Correto de Medicamentos", da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professora Louise Jeanty de Seixas
alerta para os cuidados necessários no recolhimento das drogas legais. "Não
estimularia a colocação de pontos de coleta em qualquer estabelecimento
comercial, pois lembro que um medicamento vencido não é lixo, mas, sim, um
produto químico que deve ser adquirido, utilizado e descartado com
responsabilidade”.
Nas cidades de São Paulo, Piracicaba e
Araraquara, as farmácias da rede Extra e Pão de Açúcar oferecem, desde 2010, uma
urna para coleta, em parceria com a Eurofarma e as prefeituras. "As
drogarias identificaram um valor agregado ao negócio por oferecerem esse tipo
de serviço. Houve um retorno favorável, porque você amplia e fideliza o
consumidor. É um diferencial, atrai o cliente consciente", afirma Isamara
Freitas, gerente da área de meio ambiente e segurança da Eurofarma.
A empresa BHS (Brasil Health Service) desenvolve desde 2011 a
Ecomed. Trata-se de uma máquina com tela LCD, que registra por código de barra
os medicamentos depositados em seus compartimentos. O objetivo é monitorar os
remédios coletados até que atinjam seu destino final, a incineração, para
evitar fraudes.
Essa solução,
entretanto, não preenche nem metade do território nacional, pois está presente
em apenas 11 Estados (todos das regiões Sul e Sudeste, mais Bahia, Pernambuco,
Ceará e Goiás) e no Distrito Federal.
"Hoje temos 347
Ecomeds em estações de coleta, hospitais, farmácias e ambulatórios de empresas
privadas. Fechamos também um acordo com o Walmart. Mas existe uma dificuldade
pela falta de patrocínio", pontua José Francisco Roxo, sócio da BHS e
especialista em Gestão Empresarial Ambiental.
Seixas afirma que os remédios devem ser devolvidos às farmácias.
"A farmácia continua sendo o ponto de coleta”. O Ecomed é importante para
que se possa acompanhar e registrar todo o fluxo de descarte, com isto temos a
segurança de todo o processo. Em não sendo possível, quanto mais documentado e
registrado for o processo, maior será a segurança de que os medicamentos
foram recebidos, identificados e destinados corretamente".
Acesse a reportagem na
íntegra através do endereço abaixo:
Por Tiara Andrade- graduanda Comunicação Social/ Jornalismo UFT - estagiária NEST/UFT.