quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Brasil não tem política de descarte correto de medicamentos e depende de empresas

Em reportagem publicada no UOL, pelo jornalista Carlos Pandeiro, a politica de descarte de medicamentos ainda está longe de ser uma realidade no Brasil uma vez que, o país até o momento, não dispõem de uma politica reversa voltada para o tratamento e destinação correta dos medicamentos. O simples ato de jogar um remédio no lixo, no vaso sanitário ou na pia pode gerar consequências graves ao meio ambiente como também provocar danos terríveis à saúde por meio da liberação de gases maléficos em contato com a água e atmosfera.
A incineração é a maneira correta de jogar fora os medicamentos vencidos ou sem uso. A questão é: como o cidadão comum pode descartar os remédios? O desafio das autoridades é oferecer uma logística reversa, ou seja, um caminho de volta das casas para a cadeia produtiva.
Atualmente tem ocorrido campanhas pontuais, principalmente em grandes redes de farmácia para o recolhimento de medicamentos, seringas, frascos de vidro, pomadas etc. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não definiu o Acordo Setorial de Implantação da Logística Reversa de Resíduos de Medicamentos, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A Coordenadora do projeto de extensão "Descarte Correto de Medicamentos", da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professora Louise Jeanty de Seixas alerta para os cuidados necessários no recolhimento das drogas legais. "Não estimularia a colocação de pontos de coleta em qualquer estabelecimento comercial, pois lembro que um medicamento vencido não é lixo, mas, sim, um produto químico que deve ser adquirido, utilizado e descartado com responsabilidade”.
Nas cidades de São Paulo, Piracicaba e Araraquara, as farmácias da rede Extra e Pão de Açúcar oferecem, desde 2010, uma urna para coleta, em parceria com a Eurofarma e as prefeituras. "As drogarias identificaram um valor agregado ao negócio por oferecerem esse tipo de serviço. Houve um retorno favorável, porque você amplia e fideliza o consumidor. É um diferencial, atrai o cliente consciente", afirma Isamara Freitas, gerente da área de meio ambiente e segurança da Eurofarma.
A empresa BHS (Brasil Health Service) desenvolve desde 2011 a Ecomed. Trata-se de uma máquina com tela LCD, que registra por código de barra os medicamentos depositados em seus compartimentos. O objetivo é monitorar os remédios coletados até que atinjam seu destino final, a incineração, para evitar fraudes.
Essa solução, entretanto, não preenche nem metade do território nacional, pois está presente em apenas 11 Estados (todos das regiões Sul e Sudeste, mais Bahia, Pernambuco, Ceará e Goiás) e no Distrito Federal.
"Hoje temos 347 Ecomeds em estações de coleta, hospitais, farmácias e ambulatórios de empresas privadas. Fechamos também um acordo com o Walmart. Mas existe uma dificuldade pela falta de patrocínio", pontua José Francisco Roxo, sócio da BHS e especialista em Gestão Empresarial Ambiental.
Seixas afirma que os remédios devem ser devolvidos às farmácias. "A farmácia continua sendo o ponto de coleta”. O Ecomed é importante para que se possa acompanhar e registrar todo o fluxo de descarte, com isto temos a segurança de todo o processo. Em não sendo possível, quanto mais documentado e registrado for o processo, maior será a  segurança de que os medicamentos foram recebidos, identificados e destinados corretamente".
Acesse a reportagem na íntegra através do endereço abaixo:
Por Tiara Andrade- graduanda Comunicação Social/ Jornalismo UFT - estagiária NEST/UFT.  

2 comentários:

  1. Tiara o seu artigo ficou muito bom, infelizmente a realidade no nosso país é essa, dependemos de empresas privadas para cuidar do que é importante para toda a sociedade em geral. Pena que ainda não é uma realidade no nosso estado, tenho esperança de que o nosso projeto consiga mudar alguma coisa para melhor. O que mais falta é interesse de gestores públicos. E não podemos ficar esperando pela iniciativa privada. Parabéns novamente pela sua contribuição.

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  2. Concordo com a Carolina! Ótima notícia, Tiara! Com certeza, o nosso projeto fará diferença neste âmbito! E quem sabe, com os resultados encontrados, desperte algum interesse nos gestores???? Acho que mais importante do que o Ecomed, é ter uma população consciente de que o descarte incorreto de medicamentos pode causar consequências catastróficas para homem-ambiente, pois, quando a pessoa passa a ter conhecimento, ela também passar a ter o chamado empoderamento, ou seja, ela quem faz suas escolhas! É isso aí! ;)

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